quarta-feira, 17 de julho de 2013

Relatos de uma auto “etnografia urbana”


Pessoas morrendo em calçadas
A fome jogada ao nada
Ouros e relíquias em cruzes
Mas um dia estou desamada

Filhos correndo entre os carros
Que sinalizam a vinda do rei
Divindades a parte, e negócios a mão
Não me lembro de pedi bênção ao irmão

Minha comida esta sobre a tampa
Que abri mais uma de minhas latas
Ratos rodeiam o meu jantar
Eu nunca pedia pra rezar

Moro hoje no Leblon
Mas pra mim ainda não está bom
Queria pelo menos um jornal
Estampando minha visão colateral

Perguntaram-me de onde eu era
Não soube responder, porque o mundo não quis ouvir
Perguntaram qual era meu jantar
Não soube nem o que iria almoçar

Minha religião se fora junto com meu velho endereço
Meu deus, acho eu que não soube que me mudei
Agora no Leblon, mas amanha pode ser na baixada

Esse e o meu brasil, mas ainda não achei a pátria amada 

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